Angelo (Itália)
A experiência do encontro europeu continua a ser interessante, desta vez ela foi marcada por uma família de acolhimento formidável e por novos amigos que encontrei em Berlim. Ainda que esta tenha sido o quarta peregrinação de confiança na qual participei, o que passei durante estes dias fez-me compreender uma vez mais que não deveria haver uma divisão entre Igrejas. Particularmente em Berlim, uma cidade hoje unida, mas dividida durante mais de vinte anos e mais recentemente por um muro inútil, a necessidade de unidade é deveras tangível. Não mais a separação mas a união entre os povos.
Através da confiança e da esperança, é possível demolir este muro, de maneira a podermos viver em comunhão com os nossos irmãos. O desafio é difícil, mas, com Cristo, todos os obstáculos são ultrapassáveis.
Katharina (Alemanha)
Nascida em 1964, três anos depois do muro de Berlin ter sido construído, cresci com o muro. Para mim era uma coisa normal. Quando visitava a minha avó de metro, fazia um grande percurso ao longo da área de fronteira. Paredes em ambos os lados. À esquerda, o muro separava do Leste. As ruas e as janelas que davam para a mesma estavam fortificadas com barreiras. À direita, o muro separava do Ocidente. Era tão alto que apenas se conseguiam ver algumas casa à distância. Não estávamos apenas separados de Berlim Ocidental; a Europa Ocidental e o resto do mundo estavam fechados para nós.
Em Maio de 1989 aconteceu algo de inesperado para mim. Eu fazia parte de uma delegação oficial que se deslocou a Berlim Ocidental para uma assembleia das igrejas protestantes. Isto foi possível graças a amigos de Taizé. Aquela semana em Berlim Ocidental foi uma total exceção para mim. O que me chocou mais foi perceber que a vida em Berlim Ocidental não era assim tão diferente da minha própria vida. As pessoas viviam na mesma da sua própria maneira, com as suas alegrias e preocupações.
A queda do muro de Berlim foi um milagre para mim. Foi algo inesperado. Se alguém me tivesse dito no dia anterior que o muro iria cair, eu não acreditaria. Desde a queda do muro, a minha vida mudou completamente. Era-me agora possível estudar. Tive sorte. Comparando com outros, ainda não era tarde de mais para eu atingir os meus objectivos profissionais.