Hammarkullen, conhecida na Suécia por causa de uma série televisiva transmitida há alguns anos, fica nos subúrbios a norte de Gotemburgo. É uma zona de elevada taxa de imigrantes e nem sempre é retratada de uma forma positiva. Um convite para preparar um fim-de-semana de oração e partilha sobre o tema «Caminhos de confiança» parecia uma boa ocasião para encontrar sinais de esperança. Convite, esse, feito por um dos responsáveis pela pastoral juvenil da Igreja da Missão que trabalha em estreita colaboração com a paróquia da Igreja da Suécia.
Oikos é um grupo de jovens adultos que vivem em diferentes apartamentos em Hammarkullen. Reúnem-se regularmente para orar e para a eucaristia. Uma presença cristã discreta pode mudar as perspectivas de um lugar como este. Quando recentemente se colocou a questão de reduzir o financiamento das escolas, o grupo Oikos ajudou a organizar um movimento de oposição. As escolas permanecem abertas!
Durante as orações, as leituras bíblicas foram feitas em árabe. Uma forte percentagem da população vem do Médio Oriente e do norte de África. No bairro vivem também um grande número de cristãos ortodoxos sírios. Uma visita à paróquia de São João mostrou o dinamismo desta comunidade.
No Domingo de manhã, um jovem que participou no fim-de-semana foi à paróquia Copta egípcia. O padre explicou-lhe que não podia dar-lhe a comunhão, mas foi depois buscar um naco de pão que tinha benzido e deu-lho em sinal de fraternidade. Trouxe, de seguida, o pão à paróquia da Igreja da Missão, quando os outros participantes estavam reunidos para a oração final. Explicou o que tinha ocorrido e partilhou-o com eles.
Jovens de outras partes de Gotemburgo também vieram ao fim-de-semana. Muitos deles nunca antes tinham ido a Hammarkullen. Os caminhos de confiança abriram-se...
Em Lund, uma semana depois do encontro em Hammarkullen, um grupo de estudantes, entre os quais alguns foram voluntários em Taizé nos últimos anos, preparou com o seu capelão um fim-de-semana de oração sobre o tema «Viver em comunhão». Tudo foi muito bem preparado e decorreu de forma muito natural. Nem sempre são necessárias grandes infra-estruturas e orçamentos elevados!
Para a oração, todas as cadeiras da antiga catedral da cidade foram retiradas e grandes reproduções de ícones foram dispostas na parte da frente da igreja com a cruz de Taizé. Na catedral, o ambiente recolhido atraiu numerosas pessoas que passavam, e também outros, vindos especialmente de diferentes partes de Skåne ou mesmo de fora.
A reflexão bíblica da manhã, baseada em Filipenses 2,1-5 e 1 João 1,3-7, conduziu às seguintes questões: Que pessoas são, para mim, exemplo de uma vida em comunhão? Qual é, para mim, o tijolo mais importante para a construção de uma vida em comunhão? Onde está a sua fonte? O que pode ajudar-me a tirar algo desta fonte?
Cinco diferentes paróquias, entre as quais a paróquia católica e a paróquia pentecostal, acolheram os participantes para as refeições e para os workshops da tarde, cujos temas iam do micro-crédito ao trabalho com os sem-abrigo – deu uma bela imagem do compromisso dos cristãos desta cidade.
Caminhos de confiança, viver em comunhão: questões, sem dúvida, comuns hoje em dia na Suécia e em numerosos países ocidentais. Depois de dois fins-de-semana colocou-se a questão de como continuar. Talvez a Carta da China, que será publicada em Poznan, forneça matéria e reflexão para o futuro.