Irmão Alois 2015
Quatro propostas para «ser sal da terra»A carta «Rumo a uma nova solidariedade» (2012-2015) continua a exprimir as bases do caminho comum que nos conduz até ao dia 16 de Agosto de 2015, décimo aniversário da entrada do irmão Roger na vida eterna. Eis quatro propostas para «ser sal da terra».
Primeira proposta: Partilhar o gosto de viver com os que estão à nossa volta
Ser sal da terra é um dom de Deus que gostaríamos de acolher com alegria. Ao sermos sal da terra, podemos transmitir o gosto de viver. E, quando tornamos bela a vida dos que nos são confiados, a nossa própria vida ganha um sentido. Se, perante um grande número de obstáculos, nos perguntamos: «Para quê continuar a lutar?», recordemo-nos que basta um pouco de sal para dar sabor. Pela oração, aprendemos a olhar para nós próprios como Deus nos vê. Deus vê os nossos dons e as nossas capacidades. Não perder o sabor significa comprometer-nos de corpo e alma e confiar nos dons de Deus em nós.
Segunda proposta: Comprometer-nos pela reconciliação
Encontramos em todos nós a vontade de viver juntos como numa só família humana. Contudo, isso não é fácil de acontecer, nem em família, nem entre amigos, nem nas nossas cidades e vilas nem entre nações. Quando os cristãos se reconciliam, tornam-se sinal no meio de uma humanidade que procura ela própria a sua unidade. Há situações em que é urgente a reconciliação. Para nos comprometermos nesse caminho, precisamos de compreender os medos que aprisionam o outro nos nossos preconceitos. Cabe-nos também ganhar consciência de que os outros podem ter algo contra nós. O Evangelho chama-nos a não transmitir à nossa volta nem à próxima geração ressentimentos herdados do passado.
Terceira proposta: Trabalhar pela paz
A paz é mais do que a ausência de conflito – é felicidade; dá a todos um lugar justo; é plenitude de vida. Quando a acolhemos em nós, a paz de Deus estende-se aos que estão à nossa volta e a todas as criaturas. O desejo de paz alarga o nosso coração e enche-o de compaixão por todos. Traduz-se numa atitude de acolhimento e de bondade nas nossas famílias, no nosso bairro, nas nossas actividades quotidianas. A paz é também raiz de justiça, a uma escala maior. Nas sociedades onde o luxo e a pobreza existem lado a lado, ainda ficamos surpreendidos por surgirem formas de violência? A partilha das riquezas é um factor de apaziguamento e um contributo maior para o bem comum. Algumas pessoas comprometem-se na promoção da paz assumindo responsabilidades na vida pública dos seus países, numa associação, no seu local de trabalho, ao serviço de pessoas com necessidades particulares.
Quarta proposta: Cuidar da nossa terra
Os mansos são os que não se impõem. Deixam espaço para os outros. Não monopolizam a terra. A mansidão não é resignação, mas domínio dos impulsos violentos que nos habitam. A terra não é propriedade nossa. Foi-nos confiada; somos chamados a olhar por ela. Os recursos do nosso planeta não são ilimitados. Temos um dever de solidariedade entre pessoas e povos e para com as próximas gerações. Na nossa maneira de consumir e de utilizar os recursos naturais, é preciso encontrar um bom equilíbrio entre as necessidades vitais e o desejo de ter sempre mais. Para encontrar um estilo de vida que permita um desenvolvimento sustentável, precisamos de todas as nossas capacidades de imaginação e de criatividade. Devemos exercê-las no quotidiano, e também estimulando a investigação científica, a inspiração artística e a criação de novos projectos para a sociedade.
No sítio de Taizé na internet serão apresentadas notícias sobre várias iniciativas. Podem também fazer-nos chegar ecos dos vossos contributos nos locais onde vivem, escrevendo para: echoes taize.fr. O texto «À escuta dos jovens da América» encontra-se aqui. |