Hoje celebramos Maria, a mãe de Jesus. Esta manhã, durante a celebração da Eucaristia, ouvimos o cântico de louvor de Maria do Evangelho de Lucas. Este cântico, a que muitas vezes chamamos Magnificat, porque começa com as palavras “A minha alma proclama a grandeza do Senhor”, flui dos lábios de Maria depois de dois acontecimentos.

Em primeiro lugar, Maria recebeu a notícia de que iria dar à luz um filho, enviado por Deus para salvar a humanidade. Embora se esforçasse por compreender como isso poderia ser possível, ouviu e ouviu as palavras “Nada é impossível para Deus”.

Aos poucos, a sua confiança foi crescendo e ela pôde dizer “Que me aconteça de acordo com o que disseste”. Maria foi capaz de dizer sim ao que Deus lhe pedia. Através da sua escuta, o sim tomou forma na sua vida.

Em segundo lugar, Maria foi visitar a sua prima Isabel, que também esperava um filho. Ao vê-la, Isabel exclamou: “Bem-aventurada aquela que acreditou que o Senhor cumpriria a sua promessa”. A prima confirmou a confiança que Maria sentia no seu coração.

E assim, Maria só pode agradecer e cantar louvores a Deus. Ela recorda a fidelidade de Deus, o amor e a misericórdia de Deus ao longo dos tempos e também como Deus levanta os humildes, derrubando os poderosos, para que a justiça de Deus possa reinar. O seu louvor descreve aquilo por que todos ansiamos.

Quando compreendemos o que Deus nos pede, nem sempre é fácil dizer logo sim. Tal como Maria, nem sempre conseguimos compreender como é possível responder positivamente. Por isso precisamos de alguém que possa caminhar connosco, como Isabel, que não está ali para nos dizer o que devemos fazer, mas para nos confirmar e nos dar espaço para que o nosso sim possa crescer.

Quando o nosso sim se torna ação de graças e louvor por tudo o que recebemos de Deus, então podemos seguir em frente com alegria. O que talvez tenhamos de deixar para trás parece pequeno perante a beleza do caminho que temos diante de nós.

Ontem à noite, o nosso irmão Hongbin assumiu o seu compromisso para toda a vida na nossa Comunidade. Ele passou aqui algum tempo como voluntário em 2015, enviado pela sua igreja na China, e depois de regressar a casa expressou o desejo de voltar a Taizé em 2016 para aprofundar a sua compreensão do chamamento de Deus na sua vida.

O nosso irmão Hongbin deixou para trás a China e tudo o que lhe era familiar para se juntar à nossa Comunidade em 2018 e estes últimos anos prepararam-no para dizer agora o “sim” a Cristo na nossa vocação, de que foram testemunhas. O que pode parecer impossível em termos humanos torna-se possível quando compreendemos como Deus nos diz sim, independentemente de onde viemos, qualquer que seja a nossa cultura ou origem.

A nossa Comunidade acolhe com alegria o irmão Hongbin e confirma-o na sua vocação. Ele vai agora continuar a dizer sim, dia após dia, à medida que o seu chamamento for renovado. Temos diante de nós uma maravilhosa aventura de fé na comunidade, na Igreja e onde quer que Deus nos envie!

O nosso fundador, o irmão Roger, cuja morte recordamos amanhã, 16 de agosto, costumava dizer-nos muitas vezes que não somos pessoas que chegaram à meta. Gostava de citar Gregório de Nissa, um cristão do século IV que dizia: “Nunca deixamos de ir de começo em começo, através de começos que nunca acabam”.

Estamos sempre a caminhar, mas quando caminhamos juntos, seja na vida comunitária, como família, como grupo religioso ou apenas como amigos, os nossos passos tornam-se mais leves à medida que nos apoiamos e confirmamos uns aos outros.

Quando regressarem a casa, ousem procurar o que é possível para Deus. Não será fácil, porque a vida é muito diferente daquela que têm vivido em Taizé nos últimos dias. Mas desta forma podem iniciar esta aventura de fé, procurando apoio uns nos outros e nas comunidades eclesiais locais.

Aquilo que Cristo nos pede, Ele também nos dá. Como podemos levar a sua paz para onde quer que Ele nos envie? Como podemos tornar-nos peregrinos de paz?

Amanhã à noite, venham todos às 20h00 rezar em silêncio pela paz no nosso mundo, onde existem tantos conflitos. Não esqueçamos o povo da Ucrânia e os que sofrem em Gaza, no Líbano, em Myanmar, na Nicarágua e noutros locais.

E poderemos voltar a encontrar-nos em Tallinn, a capital da Estónia, um pequeno país no nordeste da Europa, de 28 de Dezembro a 1 de Janeiro, para o nosso próximo encontro europeu de jovens. Estaremos lá para rezar pela paz e ser sinal de uma Europa aberta e acolhedora para todos. Esperamos encontrar-vos lá!