TAIZÉ

Roterdão

O Encontro dia-a-dia

 
Nesta página será publicado um pequeno resumo de cada dia do Encontro.
Algumas imagens

Eis um pequeno clip filmado durante o Encontro:

Sábado 25 de Dezembro de 2010

A preparação do Encontro
Anunciado há um ano no encontro de Poznań, o encontro de Roterdão começa dentro de três dias. Depois de curtas visitas, a equipa de preparação, composta por irmãos de Taizé, irmãs de St. André e jovens voluntários, chegou a Roterdão em Setembro. A sua tarefa foi sobretudo a de convidar as igrejas e as famílias a acolher os jovens e a organizar o programa. Hoje, são já muitos os irmãos e jovens que chegaram à cidade para os últimos preparativos : o encontro começa a 28 de Dezembro.
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Domingo 26 de Dezembro de 2010

 Mais de um milhar de jovens veio para ajudar nos últimos preparativos
Este domingo, 26 de Dezembro, a eminência do encontro era palpável na altura em que 1100 jovens chegaram para ajudar no encontro. A sua principal tarefa será a de acolher os jovens que chegarão a Roterdão daqui a dois dias. Alguns ajudam nos últimos preparativos no pavilhão Ahoy, onde terão lugar as orações comunitárias e as refeições. Também começaram os ensaios do coro que apoiará a oração através dos cânticos.
 
Depois de uma longa viagem, para os que vêm de muito longe, cada um juntou-se a uma das igrejas participantes. As famílias de acolhimento já receberam os seus primeiros hóspedes. À tarde todos começaram as primeiras tarefas, que permitirão que o encontro decorra num espírito de partilha e também de simplicidade. Esta preparação continua também na oração que reúne três vezes por dia os primeiros participantes.
Ulli (Alemanha) participou há um ano na preparação do encontro europeu de Poznań.

Esta manhã foram acolhidas centenas de peregrinos que vieram mais cedo para ajudar nos últimos preparativos do encontro. Cada um recebeu a Carta do Chile, que começa com a «alegria» - e é também assim que começa o encontro.

Muitos jovens que ajudaram nos encontros de Taizé este Verão, ou que participaram nos encontros europeus anteriores, voltaram a encontrar-se. Foram imensos os sorrisos, os risos e os abraços… nem se sabia ao certo, se desejar primeiro um «bom Natal» ou dizer «bem-vindo a Roterdão» !

O cansaço da longa viagem foi rapidamente esquecido, graças a todos esses rostos conhecidos. E esta alegria era contagiosa, mesmo para todos os que participam pela primeira vez num encontro assim e se juntaram a este belo momento.

Nando (Coreia) fez este desenho que representa jovens à procura do seu caminho.
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Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010

Bernat (Barcelona, Catalunha, Espanha)

Somos 17 voluntários alojados num pequeno apartamento situado num bairro próximo do Ahoy, onde a maior parte dos habitantes são imigrantes com poucos recursos. Estamos a ser acolhidos por um grupo de jovens que escolheu viver aqui para fazer trabalho social e ajudar crianças e adolescentes. A casa está praticamente cheia e ainda esperamos mais jovens durante o encontro ! À noite, depois do dia de trabalho, reunimo-nos todos na pequena cozinha de apenas cinco metros quadrados, e oramos todos juntos em frente ao ícone da amizade.

A decoração dos pavilhões de oração: dois símbolos para a Holanda
Os dois pavilhões para as orações comunitárias e a «sala do silêncio» estão decoradas à volta de dois temas característicos do país que acolhe este ano o encontro europeu, a Holanda.
 
Rembrandt (1606-1669) é provavelmente o pintor mais conhecido da escola holandesa do período barroco. Grandes reproduções de desenhos a tinta castanha aludem a passagens bíblicas. Jesus caminhando sobre as águas, o Filho pródigo, a cura de um leproso,… A Sagrada Família, um dos temas mais ilustrados por Rembrandt, está também ilustrado com um desenho e um quadro próprio do tempo do Natal : A adoração dos Magos e A adoração dos Pastores.
 
A actividade portuária da vila de Rotedão é sugerida pela presença de quatro barcos, dois em cada pavilhão de oração. Trata-se de veleiros antigos e típicos : Oceaan, ’t Leven is Strijd, Anne-trijntje e Rietaak. Velas grandes e mastros até 16,5 metros de altura pousam sobre uma estrutura de madeira que representa o casco dos barcos. Nas traseiras, o mar do Norte está representado por uma projecção. Estes barcos lembram os grandes lençois laranja no centro da Igreja da Reconciliação em Taizé. Em conjunto com as velas, criam nestes vastos pavilhões Ahoy um ambiente de oração.
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Francesco (Veneza, Itália)

Este ano decidi vir dois dias mais cedo para ajudar no acolhimento dos peregrinos e na preparação. Desde a minha chegada houve duas coisas que me impressionaram : o acolhimento, mas também o sentimento de fraternidade e de comunidade que vivemos juntos durante estes dias. Na minha chegada ao Ahoy – o espaço onde decorrem o encontro e as orações todos os dias, fui instantânea e calorosamente acolhido por voluntários, vindos directamente de Taizé e, provavelmente por eu próprio ter sido voluntário durante nove meses na comunidade, senti pertencermos todos à grande família de cristãos através do corpo de Cristo, a nossa herança comum.

Fui acolhido na primeira noite na igreja de acolhimento e depois por uma família holandesa, onde viverei durante o encontro. Também aqui o acolhimento foi amigável e caloroso. Descubro cada vez mais que extraimos a nossa comunhão de uma só fonte : o amor de Deus, revelado a nós pelo nascimento de Cristo.

Terça-feira 28 de Dezembro

Wang-Wei (Sichuan, China)

Quando cheguei a Rotedão, primeiro senti imenso frio, mas logo o meu coração se aqueceu… A família que me acolheu de braços abertos, confiou imediatamente em mim e ofereceu-me muito mais do que o esperado. Apesar de haver tantas diferenças culturais por eu ser estrangeiro, e sobretudo um desconhecido para eles, dão-me tudo o que eu preciso. Eles ultrapassaram as fronteiras e permitiram-nos partilhar o que somos. Através deste encontro apercebo-me da presença de Deus actuando nos nossos corações.

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As igrejas de Roterdão acolhem jovens peregrinos de toda a Europa
Esta manhã nas igrejas de acolhimento, depois dos últimos preparativos, chegaram os primeiros jovens. Ao longo do dia cada um foi acolhido e recebeu uma família de acolhimento. Alguns tiveram que esperar até à noite que os últimos chegassem.
 
As 150 igrejas participantes representam uma enorme diversidade. As várias igrejas protestantes, reagrupadas sob a sigla PKN, as católicas e as católicas-evangélicas prepararam-se para receber os jovens peregrinos que viverão nos próximos dias ao ritmo de três orações diárias, momentos de partilha em pequenos grupos e vários workshops.
 
A primeira grande oração teve lugar esta noite no Ahoy, no final da qual o irmão Alois, o prior de Taizé, fez a primeira meditação que começou assim : «Em nome de todos os jovens europeus, um grande obrigado aos habitantes de Roterdão e dos arredores, aos responsáveis das Igrejas e ao presidente da câmara da cidade! O convite para aqui vir, chegou-nos de diferentes Igrejas do país. É um sinal para o futuro da Igreja que estejamos reunidos na bela diversidade de todos os que depositam a sua confiança em Cristo.»
Dorien (Amesterdão, Holanda)

Ser acolhido na nossa própria língua faz-nos sentir em casa. Foi o que fizemos hoje no acolhimento alemão. Foi espantoso ver que às 6 da manhã 40 voluntários estavam no local para acolher os visitantes alemães. Depois de terem tido a introdução em alemão, enviámo-los para as igrejas de acolhimento e então conheceram as famílias onde ficarão alojados. O calor de uma língua materna é o melhor ponto de partida para então se falar em línguas estrangeiras.

Um grupo de adolescentes passou pela escola onde estávamos e perguntou « O que é que se está a passar ? » Roterdão saberá que a peregrinação de confiança começou. Há muitas pessoas a transmitir esperança e o amor de Deus.

Nando (Seul, Coreia)
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Marion (Lyon, França)

«O mais importante é que todos sejam acolhidos com um sorriso», disse-nos um irmão durante as explicações. Esta manhã eramos apenas trinta, com os nossos sorrisos preparados para acolher cerca de 1400 francófonos que vieram participar nesta peregrinação de confiança. De mochila às costas foram chegando ao longo do dia. Depois de uma pequena apresentação do encontro, enviámo-los para as diferentes igrejas de acolhimento para que cada peregrino se juntasse a uma família que lhes oferece estadia até ao dia 1 de Janeiro. Conclusão do dia : todos chegaram bem e pudemos continuar a sorrir !

Quarta-feira, 29 de Dezembro 2010

Michio (Yokohama, Japão)

Segunda-feira trabalhei no primeiro pavilhão Ahoy transformado empavilhão de oração para o encontro. Tivemos que preparar imensascoisas em muito pouco tempo, antes da primeira grande oração da noite,mas a presença de um circo e do seu cortejo de camelos e elefantes atéterça-feira à noite, atrasou-nos consideravelmente. Ficámos um pouconervosos com esta situação mas a grande motivação da nossa equipa e abeleza da oração da noite voltaram a acalmar-nos – estou muitocontente de trabalhar com uma equipa assim durante o encontro. Ao meio-dia e à noite, as orações comunitárias reúnem todos os jovens

No centro do encontro de Roterdão estão as orações comunitárias que têm lugar todos os dias no Ahoy. Elas estão abertas a todos os habitantes de Roterdão e decorrem às 13h e às 19h, e na sexta-feira 31 às 16h30. Estas orações são compostas, como é hábito em Taizé, por cânticos, curtas leituras em várias línguas e um momento de silêncio a meio da oração, nos dois «pavilhões de oração» separados mas com ligação sonora. As orações do meio-dia são seguidas por uma reflexão sobre a leitura bíblica feita por um dos irmãos. Uma oração deste género é possível não apenas numa aldeia calma como Taizé, mas também numa metrópole moderna como Roterdão.

Elleke (Haia, Holanda)

Esta noite recebemos um SMS de uma das famílias de acolhimento: «Descobri que os meus vizinhos também acolhem o encontro de jovens de Taizé. Eu não os conhecia, mas agora sim! É verdadeiramente surpreendente acolher jovens vindos de tão longe e de descobrir ao mesmo tempo os próprios vizinhos.» A pequena igreja do centro de Haia acolhe 130 jovens, da Eslovénia, Polónia, Rússia, Itália e França. Os melhores momentos aconteceram quando os jovens de reuniram e falaram nas suas respectivas línguas. Falamos todos línguas muito diferentes, mas acabamos sempre por nos entender! Na igreja uma criança sorria enquanto distribuía bombons e sanduíches: não compreendia as línguas que os jovens falavam, mas não deixava de falar com as mãos e com o olhar…

Acolhimento nas famílias
Os jovens peregrinos que vieram a Roterdão foram na grande maioria acolhidos em famílias e também em alguns pequenos alojamentos colectivos. Até à véspera do encontro, as equipas das igrejas receberam mensagens de pessoas prontas a abrir as suas portas: tanto jovens famílias com crianças, como pessoas idosas e sozinhas. Todos abriram as suas portas para oferecer um lugar para dormir, o pequeno-almoço e um jantar festivo na noite de 31 de Dezembro. Esta hospitalidade permite a partilha e a troca. Nasce tudo da confiança entre aquele que abre a porta de sua casa e aquele que chega, sem se conhecerem, mesmo sem serem da mesma cultura. A simplicidade deste encontro inscreve-se plenamente no tempo do Natal, ao lembrar-nos que, para convidar o outro, é suficiente partilhar o pouco que se tem, como o estábulo para a Sagrada Família.
Margarethe (Alemanha)

Para quem vem com antecedência para ajudar, depois de tantas semanas de preparação e de entusiasmo com a chegada do encontro, é formidável ver o resultado. Ao ver as pessoas tão contentes e sempre prontas a dar uma ajuda, percebi que por isso valeu a pena.

Annalie e Gerdine (Roterdão, Holanda)

Temos as duas 20 anos de idade e é o nosso primeiro encontro. O nosso dia começou hoje por volta das 8h30 da manhã na nossa igreja de acolhimento. Todos os hóspedes se reuniram e cantaram em juntos em diferentes línguas. Depois da oração da manhã, os jovens foram convidados ou a trabalhar ajudando no encontro, ou a partilharem a vivência da sua fé em pequenos grupos. Todos os dias temos, por isso, algumas questões a que responder. No nosso grupo há jovens da Polónia, da Suíça e da Holanda. A primeira questão tinha a ver com o que nos deixa felizes ou tristes. Um dos jovens do nosso grupo falou da sua tristeza por ter perdido alguém próximo, mas também da sua alegria por sabê-lo perto de Deus. Depois deste tempo de partilha em pequenos grupos, dirigimo-nos ao Ahoy para nos juntarmos a um grupo mais importante, os milhares de jovens acolhidos durante o encontro.

Quinta-feira, 30 de Dezembro de 2010

Patrycja (Ville, Polónia)

Esbocei um sorriso quando vi os milhares de pessoas reunidas na
oração, à noite no Ahoy. Então pensei como é bom que cada um tenha
encontrado um tecto para dormir e algum sustento. É esta bela
experiência da hospitalidade e da confiança que nos é proposta, aos
jovens. Apercebi-me que ao tentarmos a cooperação podemos construir
união. Através de Cristo que nos une, não estamos mais sozinhos: isso
permite-me estar sempre mais aberta a acreditar e a amar. Que este
sentimento possa crescer nos nossos corações!

Oração e grupo de partilha nas igrejas participantes
De manhã, por volta das 8:30, nas 150 igrejas participantes, é animada
uma oração com os cânticos de Taizé. A multiplicidade de origens dos jovens acolhidos estes dias em Roterdão exprime-se através das leituras e de orações lidas em várias línguas. De seguida, cada um toma parte num pequeno grupo de partilha, permitindo o encontro de uns e outros. A reflexão é conduzida à volta da Carta do Chile, que o irmão Alois preparou para o encontro, e a leitura bíblica da oração, à volta dos temas da alegria, da compaixão e do perdão.
Olesya (Ucrânia)

Este ano tive a oportunidade de participar pela terceira vez no
encontro europeu de Taizé, em Roterdão, com numerosos jovens vindos do
mundo inteiro. Durante este encontro sinto-me a voltar à fonte:
através da oração, do cântico, do silêncio e da reflexão, constato que
Deus está aqui, connosco, e que ele escuta as nossas orações e nos
ajuda a avançar. Todos os anos fico profundamente tocada pela
hospitalidade e gentileza das nossas famílias e das nossas igrejas de
acolhimento que se abriram completamente a nós. Este símbolo de
confiança encheu-me de gratidão e de desejo de partilhar tudo o que
recebo dos outros.

Workshops
Nos dias 29 e 30 de Dezembro, durante a tarde, os workshops sobre temas variados terão lugar em diferentes locais da cidade de Roterdão. Estes tempos de encontro abertos a todos são animados pelos representantes da Igreja local ou do país, e por irmãos ou amigos da comunidade de Taizé. Entre vários temas foram especialmente destacados nos workshops a procura das fontes da fé, o compromisso pessoal de cada um, o diálogo entre arte e fé cristã (em pintura, música, arquitectura) e ainda as relações na sociedade entre pessoas de diferentes culturas ou religiões em Roterdão, na Europa e nos países do Médio-Oriente.
Estelle (Paris, França)

Esta tarde a pergunta do tema de um workshop interpelou-me: «Será que
precisamos de ir sempre mais depressa?» Cada participante foi
convidado a procurar na Bíblia passagens que falassem do movimento na
sua dimensão positiva e de outras que partissem uma experiência
negativa, passagens falando da velocidade e de outras da lentidão.
Estas aspirações contraditórias tranquilizaram-me quanto à presença
dos nossos dilemas até nas Escrituras. O encontro de Roterdão é agora
este tempo precioso e difícil que devemos tomar nas nossas vidas para
discernir porquê termos pressa, para quê e por quem devemos perder
tempo.

Rhonald (Manila, Filipinas)

O workshop sobre o tema: «Deus age em nós. Como compreender e
responder ao seu chamamento?» interessou-me bastante. Aprendi imenso
sobre a descoberta do chamamento de Deus. A escuta é o melhor caminho.
O silêncio pode ajudar-nos a entender a mensagem de Deus. Fiquei
surpreendido ao ver tantos jovens desejosos por descobrir a sua
vocação. É fundamental desabrochar para a vida. Penso que este
workshop me ajudou, como todos os jovens que procuram o seu caminho.

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Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010

Anton (Alemanha)

Depois de seis grandes orações comunitárias nos dois pavilhões separados, mas com ligação sonora, posso dizer que foi este o aspecto do encontro que mais me tocou. Apesar do tamanho dos pavilhões e do grande número de pessoas, estas orações permitiram-me verdadeiramente encontrar a calma e a alegria em Cristo. Para mim, é muito importante rezar com jovens de diferentes origens em circunstâncias simples – apenas um pavilhão de exposições - e na metrópole de Roterdão.

O lugar de silêncio

Todos os que desejam podem passar um momento de oração e de reflexão na sala «Silêncio». Irmãos e irmãs permanecem à escuta daqueles que quiserem, e padres estão disponíveis para dar o sacramento da reconciliação. O espaço foi decorado de modo a oferecer aos jovens peregrinos a possibilidade de prolongarem a oração comunitária num momento mais pessoal, e de aprofundarem o silêncio no centro de uma metrópole moderna como Roterdão.

Qvinny (Holanda)

No início do encontro, médicos e alguns enfermeiros vindos de várias partes de Roterdão, participaram na montagem de uma enfermaria no Ahoy. Felizmente até agora não tivemos situações de emergência graves, os incidentes forma apenas alguns casos de gripe. Mas o que fazer de uma rapariga doente, demasiado fraca para apanhar os transportes públicos e que vai precisar de uma boa cama e de muita atenção? A que família pedir para tomar conta de uma pessoa doente quando isso não estava previsto? Com alguns telefones encontrámos uma senhora que desejava oferecer a sua atenção e o seu cuidado. Assim, uma simples gripe tornou-se num exercício de confiança.

Guillaume, Grenoble/Annecy, França

Vim pela segunda vez como voluntário ao encontro europeu e fui acolhido de braços abertos pelo sacristão da nossa igreja de acolhimento, com um francês, um suíço, e um belga. O ambiente é como em todos os anos uma formidável mistura de sorrisos, de oração, de amizade, de silêncio e de alegria. Fiquei particularmente marcado pela questão posta por um bispo no nosso grupo de partilha sobre o tema do perdão, e sobre a ideia de encontrar alguém em quem confiar: será que Deus é nosso amigo? Podemos confiar nele? A resposta é sim, e estávamos todos de acordo quando dissemos que o perdão era necessário, e que passa muitas vezes por uma amizade próxima com alguém que nos ajuda a aceitá-lo, como Deus, através da oração e da meditação. Isso permitiu-nos fazer também um paralelo com a alegria que temos no momento em que perdoamos, ou quando recebemos o perdão… a alegria de ter o coração leve.

As refeições
Todos os dias do encontro, às 11:45 e às 17:30, todos os jovens peregrinos reúnem-se no Ahoy, o parque de exposições que acolhe o encontro. As refeições em comum são distribuídas e partilhadas num dos grandes pavilhões. Estas refeições simples assemelham-se a um piquenique quente. Foi pedido a cada um que trouxesse uma colher e uma caneca para o chá. Todos recebem uma porção de um prato quente, de pão, de queijo, uma peça de fruta, um biscoito e água. A distribuição é um verdadeiro desafio. As grandes linhas de distribuição permitem que em poucos minutos dezenas de milhares de peregrinos estejam a comer. Os numerosos jovens que garantem o bom desenrolar das operações, são assim implicados concretamente na organização do encontro, ao serviço dos outros.
Mari-Liis (Estónia)

Ontem, durante a oração, apercebi-me de um grupo de jovens que cantava em linguagem gestual. Foi um momento que me marcou profundamente, mas que também me inspirou. O desejo de estar em comunhão com os outros, a alegria do coração e a presença de Deus, são sentimentos que vão para lá dos nossos sentidos. Estão por todo lado, em cada ser humano e à
nossa volta.

Beata (Polónia)

Ainda me lembro do meu primeiro encontro em Genebra. A primeira coisa que memorizei foi o número impressionante de jovens que foram a esse encontro. Senti-me tão pequena, não por causa da minha idade, mas porque conhecia muito pouca gente e me sentia um pouco só. Ano após ano cheguei à conclusão de que ao sorrir para os outros não mais me sentia sozinha! Como é hábito, nas nossas igrejas de acolhimento, fizemos reflexão bíblica e orações em conjunto. Tanto as famílias como as igrejas abriram-nos completamente as suas portas e os seus corações.

Sábado, 1 de Janeiro de 2011

O dia da partida
Depois de uma celebração nas igrejas participantes e de um repasto comas paróquias e famílias de acolhimento, os jovens peregrinos tiveram de voltar às paragens dos autocarros para o regresso a casa. Foi preciso alguma paciência até que todos pudessem sair dos grandes parques de estacionamento e seguir viagem. Na estação esperavam inúmeros grupos de peregrinos com as suas grandes mochilas à espera do comboio. Para alguns a viagem será longa. Será oportunidade para algum repouso, mas também para rever tudo o que foi vivido durante os cinco dias de encontro e de pensar em como dar continuidade no regresso a casa, como viver no quotidiano o que foi partilhado.
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Laurent (Suiça)

Alegria, compaixão e perdão. No pequeno grupo de partilha em que participei, concluímos que estes três vectores propostos pela Carta do Chile nascem das relações entre as pessoas. Estas relações estiveram precisamente no centro do encontro, com os nossos hóspedes, nas igrejas de acolhimento, nos grupos de partilha, com a pequena equipa de trabalho. Na abertura ao outro, vi nascer a alegria de uns e de outros. Foi também impressionante aperceber-me de todos os que ficaram felizes com que várias igrejas de diferentes denominações cristãs de Roterdão participassem em conjunto no encontro. Mais uma vez, foi do gesto de dar um passo em direcção ao outro que nasceu uma alegria nova.

Oração para a festa dos Povos
Sexta-feira à tarde, depois da oração comunitária, que excepcionalmente aconteceu às 16:30, todos os jovens se distribuíram pelas igrejas de acolhimento. Antes da passagem de ano, foi celebrada uma oração pela paz. Depois, prolongando a alegria do Ano Novo e o espírito da paz entre os povos, cada nação presente pode partilhar uma pequena animação, uma dança, um cântico do seu país. Nas partilhas, cada um pode aperceber-se o que pode descobrir nos outros, neste encontro de culturas de toda a Europa, que abriu espaço ao folclore da Polónia, da Ucrânia, da Croácia e ainda de mais países… Os jovens holandeses tiveram também oportunidade de apresentar o seu país e as famílias de acolhimento os seus talentos gastronómicos com algumas especialidades.
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Domingo 9 de Janeiro 2011

A peregrinação de confiança continua
Apesar de encontro já ter terminado, nem tudo parou ainda. Alguns irmãos e os jovens voluntários que ajudaram a preparar o encontro ficam em Roterdão ainda algumas semanas. Será o momento de agradecer a todos os que tornaram possível este encontro, a começar pelas igrejas participantes e as famílias de acolhimento. Foram organizadas orações que permitirão o encontro e a partilha sobre o que foi vivido, sobre os eventos que pontuaram os cinco dias deste encontro europeu. A oração diária continuará até meados de Janeiro. De regresso a casa, os jovens peregrinos vindos de toda a Europa serão igualmente convidados a participar num momento de partilha organizado pelos responsáveis de grupo. E para alguns, uma estadia em Taizé será uma nova etapa da peregrinação de confiança através da Terra.
Nadiya (Ucrânia)

Deus ama-nos como somos. Pouco importa a cor da tua pele, a tua idade ou a tua religião. O amor de Deus é como um dom que possuímos. Ensina-nos a não receber apenas, mas a partilhar com os outros o que temos. Aqui em Roterdão, no encontro europeu, encontrei paz para a minha alma e o meu coração. Rezar com tantos jovens de países diferentes, viver alguns dias numa família, partilhar experiências com outros, tudo isto me deu mais força para perseguir os meus objectivos de vida com Deus que cuida de mim e me ama, e também para enfrentar melhor os problemas na minha vida.

Algumas especificidades do encontro de Roterdão
Após alguns dias, tendo os peregrinos regressado a casa, a vida continuou em Roterdão, nas famílias e nas igrejas de acolhimento. Como sublinhou o irmão Alois na primeira noite, os habitantes de Roterdão, Delft, Ultrecht, Haia e de outras cidades ainda, abriram as suas portas até ao fim. Ainda nos últimos dias e até à véspera do encontro, foram oferecidas centenas de lugares.
 
Outro facto marcante do encontro foi a implicação de tantas comunidades cristãs na preparação do encontro: reformadas, católicas romanas, vetero-católicas, evangélicas, ortodoxas, todas acolheram jovens, de uma ou de outra forma. Muitas vezes houve mesmo uma verdadeira colaboração. Assim, as emissoras católicas e protestantes da Holanda apresentaram todos os dias reportagens no segundo canal nacional, pela primeira vez. Um outro exemplo de trabalho em conjunto foi o programa preparado por adolescentes entre os 12 e os 17 anos, elaborado pelas pastorais juvenis das Igrejas, com um acolhimento especial e workshops adaptados. Podemos sem dúvida dizer que nunca antes tinha havido tantos workshops propostos aos participantes.
 
As autoridades civis foram bastante implicadas, à imagem do presidente da câmara de Roterdão, Aboutaleb, que chegou mesmo a animar um workshop. E por fim, também os responsáveis e empregados do sítio central do encontro, o parque de exposições Ahoy, foram muito disponíveis e atentos para que tudo corresse o melhor possível.
Bartek (Polónia)

O encontro ultrapassou as minhas expectativas. Recebi de Deus o que pedi na oração, e até mais cedo. Isso ajudou-me a compreender quem sou. Percebi como Deus me tem em conta. Queria construir a minha identidade, a confiança em mim mesmo com aquilo que faço, com os meus amigos, com o meu sucesso no trabalho e na vida. A certa altura, apesar de ter tudo isso, havia qualquer coisa que me faltava. Como alguém me disse antes do encontro: «Tu não podes construir a confiança em ti mesmo a não ser com Deus.» Entendi que ele é o único amor, e sem o qual é como se procurássemos um caminho para lado nenhum, encontrando apenas cansaço. Aceita o que te é dado, mesmo se é uma cruz na tua vida. Deus ajuda-te a atravessar as dificuldades e a carregar a tua cruz, já não estás sozinho. Esse pode ser um caminho de alegria e de felicidade.

Última actualização: 27 de Janeiro de 2011