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Encontro Ibérico
 

«A alma que anda no amor nem cansa nem se cansa»

Nesta página encontram-se alguns artigos de
António Marujo publicados em www.publico.pt

Ao encontro das fontes da alegria!

Taizé reza no Porto a pensar nas «grandes mudanças» que o mundo precisa

São 23h15. Centenas de jovens rezam ainda no pavilhão Dragão-Caixa, no Porto, junto de um ícone da cruz de Cristo. Em redor, outras largas centenas reencontram-se, conversam, escolhem os workshops em que participarão este domingo ou partem em direcção às casas das famílias que os acolhem em 39 paróquias do Grande Porto.

É o final do primeiro dia do encontro de jovens promovido pela comunidade monástica de Taizé (França), que decorre no Porto até terça-feira de Carnaval. Participam umas seis mil pessoas de 25 países diferentes.

A animação começou bem antes, e de forma bem distinta: às 18h00, enquanto muitos ainda iam chegando, uma banda formada de propósito para a ocasião, tocava os «Filhos da Nação», dos Quinta do Bill, a popular «Maria Faia» e «A minha casinha», versão Xutos e Pontapés. Ou ainda «Mamma Mia», dos Abba, e outros sucessos do pop-rock. De tal modo que, no Dragão-Caixa, no Porto, até freiras com hábito dançavam ao som da música.

Três horas depois, o registo da música mudaria para o da oração ao ritmo da oração de Taizé: cânticos com frases simples, melodias que se repetem e ficam no ouvido, um curto texto bíblico, um longo silêncio de oito minutos, uma pequena meditação. Com o pavilhão semi-obscurecido, iluminado por largas dezenas de velas, os jovens cantam, expressando a universalidade das evocações e das línguas, na utilização da Bíblia como fonte inspiradora, sentados no chão, recordando os «povos que sofrem, como o Haiti, e todos os que atravessam dificuldades».

O sentido dos outros está muito presente. A própria oração à volta da cruz tenta traduzir essa ideia. Como Tomasz Kulakowski, 29 anos, que veio da Polónia e que o PÚBLICO encontrou a distribuir a massa com carne do jantar, comido em piquenique. Tomasz conheceu a experiência de Taizé há cinco anos, em Lisboa, no encontro europeu de Dezembro de 2004 e decidiu voltar a Portugal depois de já ter estado em Taizé.

Encarregado numa fábrica de janelas em Varsóvia, quis vir ao Porto como voluntário, porque Taizé é um «caminho para fazer crescer a fé». E um modo de pensar nos outros: «Durante muito tempo, não tivemos capitalismo no Leste da Europa. Agora, temos que saber desenvolver-nos de modo justo, não esquecendo Deus e não esquecendo que Deus está nas outras pessoas», diz ao PÚBLICO.

Na meditação que dirigiu aos jovens, o irmão Alois, prior da comunidade de Taizé, afirmou: «Sentimos que é necessário haver grandes mudanças no nosso mundo. As estruturas das nossas sociedades mostram-se inadequadas. Mas descobrimos também que a mudança necessária, especialmente a refundação do sistema económico e financeiro não acontecerá sem mudanças no coração humano». Porque «alguns continuam a querer acumular riquezas» enquanto outros não têm o necessário para viver.

Por isso, disse ainda aos jovens, o progresso económico é importante, mas ele «não pode saciar a nossa sede mais profunda». É esta sede que «abre o coração» dos jovens para «escutar o Espírito Santo, que murmura: ‘És amado para sempre.’ E eis que o coração muda e, sem ser ingénuo, torna-nos capazes de dialogar, de fazer da nossa vida uma peregrinação de confiança».

O prior de Taizé agradeceu ainda o convite do bispo do Porto, D. Manuel Clemente, presente na oração, bem como a participação de responsáveis de outras igrejas cristãs para viver «este ecumenismo na oração». E, claro, a «hospitalidade das famílias portuguesas» – depois de Lisboa em 2004, 900 famílias de 39 paróquias da região do Porto mobilizaram-se para acolher os quase 3000 jovens que vieram do resto do país e do estrangeiro.

O encontro prossegue este domingo com encontros nas paróquias onde os jovens são acolhidos e, à tarde, em workshops em diversos locais do centro da cidade. Na segunda-feira, repete-se o esquema, mas haverá também uma oração em cinco igrejas da Baixa portuense.

A comunidade de Taizé foi fundada na pequena aldeia da Borgonha francesa, em 1940, pelo então jovem pastor calvinista Roger Schutz. Passou depois a reunir monges protestantes e católicos. Em 2005, o irmão Alois sucedeu ao irmão Roger, morto por uma jovem mentalmente perturbada. Desde a década de 60, a comunidade passou a acolher jovens em busca de novas formas de oração.

13.02.2010

Jovens peregrinos de Taizé no Porto à procura de uma alegria sem ressaca

O futuro «não é cor-de-rosa», mas neste momento, no Porto, seis mil pessoas – jovens, na maioria, oriundos de 25 países diferentes – procuram descobrir as fontes de uma «alegria sem ressaca».

A expressão é do bispo do Porto, D. Manuel Clemente, que hoje de manhã recebeu, na Igreja de Santo António das Antas, alguns dos participantes no encontro internacional animado pelos monges da comunidade de Taizé (França), que reúne católicos e protestantes.

Prior da comunidade, o irmão Alois diz que o futuro não é cor-de-rosa, mas a fé pode ser «fonte de alegria, para ultrapassar dificuldades». Na sua meditação de ontem à noite, referindo-se à actual crise económica, afirmou: «Todos sentimos que é necessário haver grandes mudanças no nosso mundo. As estruturas das nossas sociedades e os modelos de pensamento do passado mostram-se inadequados e insuficientes para que as pessoas e os povos possam viver juntos em paz.»

Na oração, os participantes enchem o pavilhão Dragão-Caixa e ainda a Igreja da Trindade, no centro da cidade. O cenário é despojado: tijolos com velas a iluminar o espaço, semi-obscurecido, ícones de inspiração ortodoxa, alguns arbustos. Cinco irmãos da comunidade e duas crianças no centro.

«Descobrimos também que a mudança necessária, em especial uma refundação do sistema económico e financeiro mundial, não acontecerá sem uma mudança do coração humano», acrescenta o irmão Alois. E pergunta: «Como lançar as bases de um sistema mais justo enquanto alguns continuarem a querer acumular riquezas em detrimento dos outros?»

Antes, a alguns jornalistas, o prior de Taizé afirmara a importância de as várias igrejas cristãs encontrarem «uma nova linguagem» para falar aos jovens. A «simplicidade de vida» e a «liberdade» são ideias fundamentais. «Porque a liberdade é saber escolher as prioridades.»

Vindo para o Porto directamente do Vietname e, antes, de um encontro asiático que decorreu entre 4 e 7 de Fevereiro em Manila, capital das Filipinas, o irmão Alois diz que estas experiências permitem descobrir vivências cristãs completamente diferentes. «Quando vivemos esta comunhão universal, podemos descobrir a renovação das linguagens.»

O bispo do Porto está seguro de que fez o convite certo para ajudar a mudar as manifestações de espiritualidade cristã. «Fiquei admirado quando conheci Taizé, mas percebi que esta forma de rezar corresponde a uma aspiração profunda do ser humano.»

Por isso, e por ter a «certeza de que os irmãos de Taizé vão contribuir para renovar a oração cristã», decidiu convidar a comunidade a vir ao Porto.

14.02.2010

A arte e a liturgia, um teatro para rezar

Uma igreja é um espaço com actores e espectadores, onde o cenário e as peças têm um significado. Manuel Joaquim Rocha, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, explicava ontem à tarde, a algumas centenas de participantes do encontro de Taizé no Porto, como é que a arte serve à oração.

A Sé do Porto encheu-se. E o professor universitário apontava o retábulo barroco da catedral para falar do conceito de arte total subjacente a este estilo artístico: «O barroco tem horror ao vazio». Nele tudo conflui - altar, púlpito, pessoas, objectos, música, talha, estuques, azulejos, pintura - para refundar a relação dos crentes na Igreja da Contra-Reforma. Para exemplificar, ouvem-se duas peças, de Bach e Haendel, tocadas por uma criança. E Manuel Joaquim Rocha lê um poema de António Gedeão: «As coisas belas,/ as que deixam cicatrizes na memória dos homens/ por que motivo são belas?»

«O barroco é uma festa», na qual participam peças de arquitectura, imagens de santos, os órgãos e as próprias caixas de órgão. Estas representam muitas vezes, na parte inferior, figuras demoníacas e, em cima, anjos e músicos. «Traduz a passagem do mal para o bem através da música.»

O conceito de «horror ao vazio» percebe-se melhor quando se vê a Igreja de Santa Clara. Paredes totalmente preenchidas de talha. Uma «caverna de ouro», alguém lhe chamou.

Nem de propósito, a igreja está a ser usada nestes dias para a oração ao ritmo de Taizé: quatro faixas de pano em laranja e amarelo, três ícones no chão e tijolos com velas para iluminar. O despojamento contemporâneo que se completa com os cânticos de frases simples, melodias que se repetem, curtos textos bíblicos, longos silêncios...

A arte insinua-se em Taizé: as imagens usadas não são as esculturas de santos católicos ou as pinturas da Virgem, mas antes os ícones de inspiração ou origem ortodoxa. Traduzem a meditação do artista antes e durante o processo criativo. Esta tarde, três workshops irão continuar a debater como se pode rezar com ícones, com a música de órgão ou com expressões físicas ou de animação.

15.02.2010

Taizé: «Este modo de rezar não é uma seca. Nem piegas.»

José Ramalho, 17 anos, estudante do 12.º ano na área de ciências e tecnologia, diz que a sua atracção pelo ritmo das orações de Taizé tem várias razões: «Estamos todos sentados no chão, não há barulho, as frases dos cânticos significam muita coisa». José Ramalho veio num grupo de 30 jovens de Portalegre ao encontro de Taizé no Porto: desde sábado e até amanhã, terça-feira, oito membros da comunidade monástica de Taizé (França) animam um encontro onde participam seis mil pessoas - 3500 das quais vindas de fora da cidade e do estrangeiro. «É uma experiência espectacular.»

Diana Savickyte acaba de ser atirada ao ar, depois de ouvir cantar «parabéns a você», em português e inglês. Completa hoje 25 anos. Vinda da Lituânia, com outros oito amigos, onde finaliza o curso universitário de ecologia e ambiente, diz que gosta do espírito de Taizé. «É fantástico! Encontramos pessoas de todo o mundo, sentimo-nos todos juntos a celebrar e unidos no mesmo espírito.»

E sobre esta forma de rezar? «Gosto muito, porque não é aborrecido, é simples, com frases com muito significado. Com elas expressamos a nossa fé. Muita gente pensa que é chato ter fé, mas com esta forma de rezar podemos participar.»

Como se reza? As igrejas esvaziam-se para se encher de gente. Hoje, na Baixa portuense, cinco igrejas acolheram os participantes. Na Trindade, o espaço foi curto. Durante uma hora, sucedem-se cânticos de frases curtas, que podem ser cantados em várias línguas. Há quem se concentre fechando os olhos, quem acompanhe as melodias através do caderno do encontro.

Helena Queirós, 37 anos, professora do ensino especial, está a acompanhar um grupo de mais de 50 jovens de Valongo. Em Taizé descobre um «espírito ecuménico, uma diversidade» que a entusiasmam. Gosta de rezar desta maneira: «Pelo facto de repetir uma frase, rapidamente toda a gente participa, mesmo em línguas diferentes; e pelo silêncio.»

Cânticos meditativos, uns, mais vibrantes, outros. As vozes enchem o espaço, acompanhadas pelas guitarras, flautas, violinos, trompetes… É um estilo de oração que «não tem nada de piegas, é alegre e é isso que atrai pessoas de todas as idades». Voluntária no encontro, Helena esteve no acolhimento no sábado e a ajudar «no que é preciso, na distribuição do jantar, na recolha do lixo…»

Nesta forma de rezar está também presente a preocupação pelos mais pobres, pelos que sofrem. Domingo à noite, recordou-se o Haiti pela leitura de uma carta de um jovem que há dois anos esteve em Taizé. E o irmão Alois, actual prior da comunidade, recordava na mesma ocasião um grupo de freiras que conheceu em Novembro, em Xixuan (China), para onde foram depois do terramoto de 2008: «Não podemos falar da nossa fé, é duro; só podemos ser uma presença silenciosa. Mas estar próximo das pessoas é já viver o evangelho.»

Vários workshops do encontro foram dedicados também às questões sociais: experiências do microcrédito, economia de comunhão, justiça económica, combate à pobreza ou instituições como a Casa do Gaiato foram alguns dos temas que mobilizaram centenas de jovens.

Sérgio Aires, da Rede Europeia Anti-Pobreza, alerta para os preconceitos e o «fatalismo» que se mantêm acerca dos pobres e da pobreza. Defendendo a educação («mas de que educação falamos?») como necessária ao desenvolvimento, pergunta: «Acreditamos numa sociedade em que há uns que se safam e outros que não, ou queremos outra coisa?»

O Haiti, Deus e o mal

Perante uma tragédia como a do recente terramoto no Haiti, onde ver Deus? No livro Um Amor a Descobrir, hoje publicado pelas edições Paulinas, o irmão Emmanuel, de Taizé, escreve: «Deus não criou o mal e também não o permitiu.»

Esta tarde, o irmão Alois dizia na sua mensagem aos jovens: «Podemos estar sempre alegres? Temos o direito de estar sempre alegres quando há tanto sofrimento no mundo, por vezes tão perto de nós?» E lembrava a importância de «escolher a simplicidade» como forma de vida. Isso é já «viver a solidariedade e a partilha com os outros». A alegria interior é capaz de irradiar bondade, acrescentou.

15.02.2010

Monges de Taizé pedem aos jovens da Europa que sejam missionários mesmo para quem não crê

Os monges da comunidade de Taizé (França) apelaram aos jovens de 25 países da Europa reunidos no encontro do Porto que ontem terminou para que sejam missionários, mesmo junto de quem não crê.

«Jovens, chegou o tempo de tomarem consciência de que vos cabe a vós transmitir aos outros a confiança em Deus», disse o irmão Alois, prior da comunidade monástica que reúne católicos e protestantes. Na última oração comunitária do encontro que, desde sábado, reuniu seis mil participantes enchendo diariamente o pavilhão Dragão-Caixa e a Igreja da Trindade, o prior de Taizé acrescentou que «há uma nova sede de interioridade».

O irmão Alois desafiou ainda os jovens a serem «missionários do Evangelho na vida quotidiana». E referindo-se aos saberes de cada um, acrescentou que eles devem ser postos ao serviço dos demais: «Não podemos aceitar que aumentem as desigualdades no mundo, que apenas alguns beneficiem da prosperidade económica, enquanto a grande maioria experimenta a pobreza. Queremos escolher a simplicidade de vida para promover a partilha, a solidariedade, a utilização responsável dos recursos do nosso planeta.»

O ambiente vivido na última noite (os jovens regressaram na tarde de ontem a suas casas) era de fim de festa e muita animação. Durante o dia nos transportes públicos, e antes da oração, no jantar servido em piquenique, dezenas de grupos desafiavam-se mutuamente com os mais diversos cânticos religiosos ou canções profanas. Nos corredores de acesso ao Estádio do Dragão, havia mesmo quem aproveitasse o tempo de Carnaval para distribuir o jantar mascarado.

Na vigília de oração, feita sob o tema da luz, milhares de pequenas velas foram distribuídas. A dada altura, uma criança acende a sua vela no grande círio colocado no centro e passa a luz a outra. Em três minutos, o pavilhão semi-obscurecido fica inundado de pontos luminosos.

«Entoemos hinos, louvai a Deus terra inteira, aleluia», cantavam os jovens, enquanto a luz se multiplicava de mão em mão. Instantes que recordavam o poema de Jorge de Sena: «Uma pequenina luz bruxuleante (…)/ aqui no meio de nós e a multidão em volta/ une toute petite lumiére/ just a little light/ una piccola…em todas as línguas do mundo/ uma pequena luz bruxuleante/ brilhando incerta/ mas brilhando/ aqui no meio de nós»…

Já no final, o bispo do Porto, que convidou a comunidade de Taizé a vir a Portugal, anunciou que haverá seis igrejas da cidade onde se continuará a rezar desta forma renovada. E, à semelhança do que acontece com a comunidade de origem francesa, o espírito ecuménico passou pelo Porto: os bispos das igrejas Metodista e Lusitana participaram também em vários momentos do encontro.

Ao fim de poucos minutos, extinguiram-se os pavios das velas enquanto o cântico terminava. Mas o irmão Alois pedia que se cantasse: «A alma que anda no amor nem cansa nem se cansa»…

16.02.2010
Última actualização: 23 de Fevereiro de 2010

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