Entrar na catedral de Bjørgvin para a oração de sexta-feira à noite foi uma experiência excepcional: longas tiras de tecido laranja de cada lado do coro, a cruz de Taizé iluminada na parede, o ícone de «Jesus e o seu amigo», escolhido como ícone do Ano dos jovens, depositado sobre uma estante, e todas as pequenas velas em frente ao altar. A atmosfera estava reforçada pelo coro e pelas pessoas reunidas na catedral.
No sábado, um irmão animou uma introdução bíblica sobre a vida e a fé de Abraão. Pudemos ver que aquele que parece ser um futuro muito sombrio, como aquele que surgia perante Abraão, pode alterar-se e revelar-se um horizonte de grande alegria e de grande fé em Deus. Após a introdução bíblica, dividimo-nos em pequenos grupos para discutirmos a nossa fé em Deus. Após o almoço, assistimos a numerosos workshops sobre diferentes temas.
Durante a oração de sábado à noite, recebemos uma vela, que iluminámos ao transmitir a chama a partir do sírio pascal. De seguida, terminamos o serão no «Oyak», um local onde pudemos tomar algo e reunirmo-nos alegremente.
Na tarde de Domingo, tivemos a nossa última oração às 14h, que marcava o final do encontro. Regressámos às nossas comunidades locais com o forte sentimento de termos sido unidos pela oração e conscientes de que a nossa fé em Jesus nos une a todos como cristãos numa comunidade ecuménica.
Magnus (Noruega) foi enviado a partir de Taizé para participar nestes encontros no seu próprio país.
Durante uma semana, estivemos em Bergen, na parte Oeste da Noruega, para encontrar pessoas de idades, igrejas e países diferentes e para preparar o encontro de Taizé que teria lugar na Catedral no fim-de-semana seguinte. Fiquei imediatamente surpreendido pela hospitalidade para connosco: abriram-nos as suas portas, mesmo sendo para eles apenas estranhos. Abriram os seus corações, sem esconder o desejo de reconciliação e a dificuldade de fazer Igreja num país onde muitos se desinteressaram por esse tópico.
Para mim, esta semana foi um sinal de que a reconciliação é possível. Puderam falar abertamente das suas diferenças, respeitando o outro e rezando juntos perante o mesmo Deus e isso, para mim, é a confirmação de que somos verdadeiramente um em Cristo.
Paweł (Polónia) completa este relato com o seu próprio testemunho.
Em Lia Gard, nas montanhas próximas de Koppang, participámos num encontro e tentámos mostrar como se desenrola a nossa vida quotidiana em Taizé, dando um testemunho muito simples e partilhando experiências da nossa vida comunitária. Tentámos, também, encorajar os jovens dos liceus a visitar Taizé. Ao contrário do que se verifica nos outros países escandinavos, Taizé não é muito conhecido na Noruega; apenas alguns cânticos são ocasionalmente entoados nas igrejas sem que as pessoas conheçam a sua origem.
Para um polaco como eu, ir à Noruega foi como ir ao fim do mundo. Nunca estive tanto para Norte, senti-me perdido na imensidão das montanhas, mas isso ajudou-me a encontrar o silêncio em mim próprio. Creio que a experiência mais intensa foi o silêncio envolvente, o silêncio da capela onde percebia apenas o sopro do vento na neve. Eramos cerca de cinquenta pessoas, alguns voluntários que ali permanecem durante algum tempo como nós em Taizé e outros que viviam um retiro naquele fim-de-semana, vindos da Noruega, da Suécia e da Holanda.
Na Noruega, encontrámos muitas pessoas vindas à procura de trabalho, imigrantes que deixaram o seu país para procurar um emprego. A emigração é uma realidade que a Igreja da Noruega deve enfrentar, que traz não só ambições mas também novas ideias, belas coisas para partilhar e uma grande vitalidade da fé.
Durante a preparação, passámos por várias igrejas que estavam sempre abertas, os pastores sempre presentes e disponíveis para acolherem os jovens, para falar ou ser escutado. O grupo de preparação partilhou muito, recebemos muito da vida dos outros, dos seus problemas, das nossas diferenças e dos pontos comuns entre as nossas Igrejas. Podemos ter a esperança de que isto aproxime não apenas pessoas, mas também Igrejas. Não vemos sempre as coisas da mesma forma, mas temos o mesmo sentido em Jesus Cristo.