• >
  • No mundo >
  • Europa >
  • No final de cada ano >
  • A face da Igreja como comunhão
  Português
  • A Comunidade
  • Às fontes da Fé
  • Vir a Taizé
  • No mundo


 
  • Brasil
  • Portugal
    • Outubro 2019: Um irmão em Portugal
    • Encontros em Portugal
    • Encontro Ibérico no Porto (2010)
      • Porto: Encontro Ibérico envolveu mais de 6.000 participantes
      • O programa do Encontro Ibérico
      • Encontro Ibérico: Workshops
      • Encontro Ibérico: Diário de bordo
      • Meditações do irmão Alois
      • Porto: Mensagem de agradecimento do irmão Alois
      • Porto: «Toca a entrar no jogo!»
      • Porto: Alegria sem ressaca
      • Encontro Ibérico: Ser missionários do Evangelho na vida quotidiana
      • Encontro Ibérico: «A alma que anda no amor nem cansa nem se cansa»
      • Porto: «Aconteceu Primavera»
      • Outras informações
        • O Bispo do Porto em Taizé
        • A zona de acolhimento
        • As paróquias de acolhimento
      • Vídeos
      • Porto: Fotografias do Encontro Ibérico
    • Encontro Europeu em Lisboa (2004/2005)
  • Timor
    • Jovens timorenses em Taizé
  • Pequenas fraternidades provisórias
    • Pequenas fraternidades provisórias
    • As pequenas fraternidades provisórias em 2014 e 2015
    • Notícias das pequenas fraternidades provisórias
    • Uma «pequena fraternidade provisória» no Porto
    • Uma pequena fraternidade provisória nos subúrbios de Lyon
  • África
    • Encontro na Cidade do Cabo
      • Cidade do Cabo 2019: Meditações do irmão Alois
      • Cidade do Cabo 2019: A próxima etapa africana da Peregrinação da Confiança
      • Cidade do Cabo 2019: Informações práticas
    • Uma viagem à África de Leste
    • Benim: Encontro Internacional de Jovens em Cotonou
    • Cotonou 2016: Ecos da preparação no Benim e nos países vizinhos
    • Primavera de 2016: A preparação continua em Cotonou e na região
    • Clip vídeo: A preparação do Encontro de Cotonou
    • Dois irmãos na Argélia
    • Argélia: Uma visita em 2009: ultrapassar obstáculos para vivermos juntos
    • Burundi, Maio 2009: Construir novas relações
    • República Democrática do Congo: Uma visita a Goma
    • Com crianças que mendigam
    • Ruanda: Visitas em Novembro de 2010
    • Julho de 2014: Visita de um irmão ao Sudão do Sul
    • Togo e Benim
    • Togo, Benin e Burquina Faso: Diário de viagem
    • Valores africanos: solidariedade, compaixão, igualdade
    • 2008: Encontro em Nairobi
      • Com 7000 jovens africanos em Nairobi, Taizé cria um sinal de Paz
      • Fotografias: Encontro em Nairobi
    • 2012: Peregrinação de Confiança no Ruanda
      • Peregrinação de Confiança através da Terra
      • Informações práticas
      • Como nos podemos preparar para ir a Kigali?
      • Kigali: Ecos do encontro
      • Contactos
      • Fotografias
      • De Kigali à Rome
  • Américas
    • Orações com cânticos de Taizé no Panamá
    • Bolívia: Dias de reconciliação em El Alto
    • Chile: Encontro de jovens em Chiloé
    • Peregrinação de confiança nas Caraíbas
    • Estados Unidos - encontro em Maio de 2012: Taizé em Chicago
    • Taizé em Pine Ridge 2013: «O nosso pote está vazio – cabe-vos enchê-lo»
    • Haiti: Testemunhos de jovens
    • Primavera de 2014: Peregrinação de confiança na América
    • Visitas no Peru
    • 2007: Encontro em Cochabamba
      • Ecos do encontro
      • Fotografias: a preparação e o encontro Cochabamba
      • Taizé e a Bolívia
    • 2010: Encontro em Santiago
      • Taizé e a América Latina
      • A vigília de Domingo de Ramos
      • Por uma Terra de Irmãos: Encontro em Santiago do Chile
      • No Chile: a Peregrinação de Confiança continua...
      • Fotografias
  • Ásia - Pacífico
    • Visitas do irmão Alois na Ásia
    • Arménia, Março de 2014: Uma rica herança cultural ligada à fé cristã
    • Austrália
    • China: Taizé imprimiu um milhão de Bíblias na China
    • Fotografias: O irmão Alois na China
    • Bangladesh: Peregrinações com pessoas deficientes
    • Hong-Kong: Rezar durante a Semana Santa
    • Indonésia, Maio de 2011: «Não podemos esquecer a próxima geração.»
    • Japão, Primavera 2016: «Como despertar em nós a coragem de misericórdia?»
    • Japão 2012: Uma semana em Yonekawa e Minamisanriku
    • Mensagem do irmão Alois aos amigos da Comunidade no Japão
    • Malásia Leste: Visitas em Sarawak
    • Índia
    • Visitas a Timor Lorosae
    • Uma peregrinação de oração no Sudeste Asiático
    • 2018 Encontro em Hong Kong
      • Hong Kong: A próxima etapa asiática da Peregrinação de Confiança
    • 2010: Encontro na Filipinas
      • Filipinas: Encontro de Manila: «Com grande simplicidade, sinto-me grato pela vida»
      • Encontro da Peregrinação de Confiança nas Filipinas
      • Fotografias
    • 2006: Encontro em Calcutá
      • A Peregrinação de Confiança em Calcutá: No caminho da confiança, em direcção a um futuro de paz
      • Taizé e a Índia
      • Fotografias: a preparação e o encontro
  • Europa
    • Encontro Europeu em Wrocław
      • O próximo Encontro Europeu será na Polónia
      • Videoclip: Breve introdução aos Encontros Europeus de Jovens
      • Encontro de Wroclaw: programa provisório
      • Informações práticas
      • Inscrições
    • No final de cada ano
      • Madrid 2018
        • Mensagens recebidas para o Encontro
        • Meditações do irmão Alois
        • Madrid 2018: Fotografias
        • A Peregrinação de Confiança continua em 2019
      • Basileia 2017
        • Basileia 2017: Encontro Europeu de Jovens em Basileia
        • Basileia 2017: Meditações do irmão Alois
        • Basileia 2017: Fotografias
      • Riga 2016
        • Riga 2016: Filme
        • Uma curta história da Letónia (1)
        • Uma curta história da Letónia (2)
        • Riga 2016: Fotografias
        • Meditações do irmão Alois
      • Valência 2015
        • Valência 2015: Testemunhos de jovens que participaram no Encontro
        • Fotografias
        • Meditações do irmão Alois
      • Praga 2014
        • Praga: Clips sobre o Encontro Europeu
        • Meditações do irmão Alois
        • O dia-a-dia do Encontro
        • Fotografias
      • Estrasburgo 2013
        • Estrasburgo: 30 000 jovens europeus tornam visível «uma grande comunidade de amizade»
        • Encontro de Estrasburgo: Meditações do irmão Alois
        • Estrasburgo: Alguns ecos do Encontro
        • Fotografias
      • Roma 2012
        • Roma, Janeiro de 2013: Algumas semanas após o Encontro Europeu
        • O dia-a-dia do Encontro
        • Meditações do irmão Alois
        • Roma: 45.000 jovens reunidos na Praça de São Pedro para rezar com o Papa Bento XVI
        • Fotografias
      • Berlim 2011
        • Encontro em Berlim: 30.000 jovens rumo a uma nova solidariedade
        • O Encontro dia-a-dia
        • Meditações do irmão Alois
        • Fotografias
      • Roterdão 2010
        • Encontro de Roterdão: 30 000 jovens convidados a reflectir sobre alegria e solidariedade
        • Roterdão: O Encontro dia-a-dia
        • Encontro de Roterdão: Meditações do irmão Alois
        • Encontro de Roterdão: «A festa terminou, mas o legado permanece»
        • Roterdão: Fotografias
      • Poznan 2009
        • Fotografias
        • «Poznan, capital da juventude cristã da Europa»
      • Bruxelas 2008
        • Encontro de Bruxelas: Meditações do irmão Alois
        • Duas intervenções do Cardeal Danneels
        • Fotografias
      • Fotografias (Genebra)
        • Fotografias
      • Genebra 2007
        • Genebra encantada por acolher os 40 mil jovens de Taizé
      • Encontro de Zagreb: 40 000 jovens europeus encheram-se de esperança
      • Lisboa: A urgência da paz
      • Hamburgo: A face da Igreja como comunhão
      • Paris: A Europa alargada respira a Boa Nova
      • Budapeste: A hospitalidade, um rosto de Deus
      • Barcelona: Uma esperança a partilhar
      • Milão habitada pelo espírito do irmão Roger
    • O próximo Encontro Europeu: Final de 2018 em Madrid
    • Albânia
    • Áustria: Com meios simples
    • Jovens alemães em Taizé: Uma esperança para a Igreja e para o país
    • Alemanha
    • Bielorrússia: A Igreja, «essa comunhão que nos faz sair do isolamento»
    • Bielorússia – Setembro de 2014: Descobrir a fonte de uma unidade sem fronteiras
    • Croácia e Bósnia-Herzegovina
    • Bósnia-Herzegovina, Setembro de 2010: Encontro em Sarajevo
    • Bucareste, Páscoa de 2016: Fotografias da peregrinação
    • Kosovo, Sérvia, Bósnia-Herzegovina
    • Ljubljana, Maio de 2012: Um mosaico de encontros em plena Primavera eslovena
    • Espanha: Encontro em Sevilha
    • Estónia: Em Pärnu no princípio de Maio
    • Finlândia, Setembro de 2012: Encontro em Helsínquia
    • França, Outubro 2016 : Testemunhos de refugiados em Taizé
    • Primavera de 2016: Na ilha de Lesbos, com aqueles que tiveram que deixar suas terras
    • Hungria : Acompanhar os Refugiados
    • Mantua, Setembro de 2012: Irmãos e voluntários visitam uma região afectada pelo sismo
    • Ano da Misericórdia: Na Quaresma, rezar com Taizé em Roma
    • Um Encontro Europeu sem precedentes, na Letónia
    • Riga, Setembro de 2014: Jovens em terras bálticas como «peregrinos da paz e da confiança»
    • Lituânia: Encontro de Vilnius: Maio de 2009
    • Encontro de Vilnius: Carta a um jovem Lituano
    • Malta: «Um grito silencioso que ninguém ouve»
    • Abril de 2016: Voluntária num barco de resgate de refugiados no Mediterrâneo
    • Noruega, Primavera de 2013: «Somos verdadeiramente um em Cristo»
    • Países Baixos: «Quatro liberdades» em Middelburg
    • Polónia: A sua grande porta aberta
    • Polónia: «Pontos de preparação»
    • JMJ 2016: Orações com cânticos de Taizé em Cracóvia
    • Porto: Uma peregrinação ao santuário da bondade humana
    • O anúncio do Encontro Ibérico
    • República Checa, Novembro de 2012: Preparação dos «serões de confiança» em Praga
    • Peregrinação a Bucareste
    • Em Moscovo: A gratidão de Taizé pela Igreja Ortodoxa Russa
    • O irmão Alois em Moscovo
    • Rússia: Março de 2010: O cálice da paciência
    • Páscoa 2015: Peregrinação a Moscovo, à Luz da Ressurreição
    • Rússia, Páscoa 2011
      • Celebrações pascais em Taizé e em Moscovo
      • Uma peregrinação a Moscovo
      • O dia-a-dia da peregrinação a Moscovo
      • Peregrinação a Moscovo: sábado 23 de Abril
      • Peregrinação a Moscovo: domingo 24 de Abril
      • Peregrinação a Moscovo: Mensagem do Metropolita Hilarion
      • Peregrinação a Moscovo: Palavras de agradecimento do irmão Alois ao Metropolita Hilarion
      • Filme da peregrinação
    • Suécia, Novembro de 2009: Caminhos de confiança, viver em comunhão
    • Ucrânia, Outubro de 2014: Rostos de esperança
    • Ucrânia, Abril de 2015: Uma peregrinação no tempo pascal, entre sofrimento e esperança
    • Lviv 2018: No final de abril, um primeiro encontro de Taizé na Ucrânia
    • Ucrânia 2018: Fotografias do encontro em Lviv
    • Istambul, Janeiro de 2013
      • Istambul: Taizé e o Patriarcado ecuménico de Constantinopla
      • O dia a dia da peregrinação
      • Palavras de acolhimento do Patriarca Ecuménico Bartolomeu
      • Meditação do irmão Alois
      • Fotografias da peregrinação
      • Testemunhos de jovens
  • Médio Oriente
    • Beirute 2019: Fotografias
    • Líbano 2019 : Encontro Ecuménico Internacional de Jovens em Beirute
    • 2017: Peregrinação de confiança no Egipto
    • Egipto 2017: Fotografias da peregrinação
    • Oração de um judeu pelas crianças de Gaza
    • Orações em Jerusalém
    • Líbano, Fevereiro de 2013: A visita de um irmão
    • Outono de 2015: Dois irmãos no Médio Oriente
Hamburgo
 

A face da Igreja como comunhão

«Quem olha para Deus resplandecerá, na sua face não haverá mais amargura», canta o salmista: em Hamburgo, em confiança e em simplicidade, pudemos ver luz na face da Igreja. Afinal era a sua verdadeira face, a sua face de comunhão.
Em Hamburgo, tal como noutros sítios, apresenta-se por vezes a Igreja como uma instituição ultrapassada, sem gosto pela beleza moderna, um vestígio do passado que tem medo de aceitar a sociedade do presente. E, contudo, existe uma realidade de Evangelho, por vezes escondida, mas intacta na sua frescura inicial. Esta realidade precisa de pouco para se tornar visível. É esse pouco que é trazido, de vez em quando, por um acontecimento inesperado, como foi a chegada a Hamburgo de milhares de jovens de todo o continente. «Um pouco» que permitiu a numerosos cristãos e não cristãos, da cidade e da região, oferecer o melhor deles próprios.

Um sinal simples

O Encontro de Hamburgo não pretendia ser outra coisa que não um sinal muito simples. Podia ler-se no folheto preparado no Outono passado para explicar às pessoas de Hamburgo o significado do Encontro: «O Encontro Europeu não é uma conferência sobre um tema preciso. Os jovens que virão não pertencem a uma orientação política específica, nem a um movimento. Os participantes vêm de diversas igrejas e de diferentes tradições cristãs. Vêm atravessando fronteiras humanas e geográficas. Não à procura do que os separa, mas do que os une, não para se reconfortarem mutuamente no pessimismo, mas para se aperceberem de sinais de esperança.»

O Encontro realizou-se num período difícil da vida dos cristãos de Hamburgo. A Igreja luterana e a Igreja católica sofrem situações financeiras cada vez mais difíceis. Têm de tomar decisões bastante dolorosas: fechar igrejas, suprimir certas instituições que foram iniciadas muito generosamente há muito tempo e que não podem continuar com o mesmo estilo. E isso cria tensões. Muita gente dizia: «Não é a melhor altura para termos um encontro de jovens.» Outros, pelo contrário, afirmavam: «É precisamente agora que precisamos de algo completamente diferente.»

O Encontro não trazia nem uma solução para os problemas da Igreja, nem uma proposta completamente nova para repor as comunidades cristãs nos caminhos do «crescimento». Tratava-se sobretudo de uma celebração do que já existe e também do que é desejado com esperança. O Encontro queria favorecer uma redescoberta do que já nos une, cristãos de diversas Igrejas, muito para além das heranças dolorosas da história. Procurava exprimir o desejo de nos libertarmos do que magoou, a fim de rezarmos em conjunto. Foi isso que aconteceu com uma dezena de responsáveis de Igrejas, bispos luteranos, ortodoxos e católicos, que rodeavam o ícone de Cristo na cruz na noite de 30 de Dezembro.

«Não estamos sozinhos»

Várias confissões cristãs de Hamburgo acolheram jovens, em cerca de 280 paróquias, quer dentro da cidade quer nos arredores. Também as cidades vizinhas, até Lübeck ou Lüneburg, a mais de sessenta quilómetros de Hamburgo, ofereceram um bom acolhimento.

Seis bispos, protestantes e católicos, de Hamburgo e da região, tinham escrito em conjunto uma carta dirigida a todas as paróquias para as encorajar a acolherem as dezenas de milhares de jovens que viriam de toda a Europa, Oriental e Ocidental, e até de mais longe: «Darão um sinal de esperança e de encorajamento num mundo onde muitos procuram um sentido que os possa guiar. Acolhamo-los bem!»

As orações comunitárias realizaram-se em grandes pavilhões, decorados com reproduções de pinturas da região: por exemplo, inspiradas nos altares de Meister Bertram ou com grandes cruzes simbolizando a árvore da vida, à imagem da cruz da catedral de Lübeck, muito próxima. Uma jovem participante do sul da Alemanha descreve a sua experiência, marcada por estas orações:

«Mal entrei no pavilhão 4, na primeira noite, senti a comunhão. Logo que se começa a cantar e a rezar em conjunto, tudo o que pesava se torna mais ligeiro e chega uma grande paz e também alegria. Faz-nos bem ver que não estamos sozinhos na fé, que há outros jovens. Nestas orações, sentia Deus muito próximo. E esta alegria era comunicativa. Era impressionante ver a atitude das pessoas transformar-se, na rua ou no metro, e descobrir a sua atenção e interesse. A nossa família de acolhimento foi de uma extraordinária hospitalidade. Não tínhamos problemas de comunicação, tentavam compreender o que procurávamos, e fiquei felicíssima quando a nossa ‘mãe de acolhimento’ nos acompanhou à oração da noite nos pavilhões. Era muito bonito ver todas as gerações juntas e ver pessoas de idade deixar-se tocar pela oração.»

O bispo luterano Huber, presidente do Conselho das Igrejas evangélicas na Alemanha, escrevia ao irmão Roger: «Este Encontro em Hamburgo é um sinal imenso de paz e de abertura à reconciliação. É impressionante ver tantos jovens de toda a Europa e de outros pontos do mundo empenharem-se na ‘Peregrinação de confiança na terra.’ Esta ‘Peregrinação’ já marcou numerosas gerações de jovens e deu-lhes a coragem da fé para fazerem os compromissos exigidos pelo nosso tempo. O seu próprio compromisso, caro irmão Roger, é para isso um catalisador decisivo. Os jovens percebem através de si e dos seus irmãos que não estão sozinhos nos seus esforços de reconciliação no nosso mundo, mas que, pelo contrário, estão ligados numa comunidade de oração com as dimensões do mundo.»

Um Encontro destes não se pode fazer sem o apoio não só das igrejas locais, mas também de todas as administrações e diferentes serviços das cidades de acolhimento. A organização dos transportes, por exemplo, exige que muitas pessoas renunciem às suas férias para assegurar os serviços suplementares. Ou o acolhimento nas escolas: as pessoas que lá trabalham aceitaram vir às escolas nesses dias e fizeram-no com uma grande disponibilidade.

«Em vossa casa, descobri Deus»

Um dos que estavam encarregues da preparação nas paróquias de acolhimento dá alguns exemplos, baseado naquilo que ouviu numa pequena paróquia, longe de Hamburgo, que acolheu duzentos e cinquenta jovens, todos em famílias:

«O Encontro tocou pessoas muito diferentes, alguns que já participavam na vida da paróquia, outros que estavam bastante afastados da igreja.

Neste bairro houve uma preparação comum entre a paróquia católica e a paróquia luterana. Todas as reuniões dos dois grupos de preparação eram feitas em conjunto. O padre e o pastor não apareceram muito durante a preparação. Mas, depois do Encontro, vi o padre com lágrimas nos olhos contar como a Eucaristia do dia 1 de Janeiro tinha sido bonita para ele. Antes disso, tinha medo e interrogava-se: ‘Que faremos se a igreja ficar cheia de mais e não houver lugar para todos?’ Mas confessou-me que tinha celebrado ‘a mais bela missa’ desde que é padre e foi ordenado há mais de vinte anos.

Um jovem casal que já não vinha à Igreja – ou que talvez nunca tenha vindo – acolheu sete jovens, dos quais cinco eram russos e dois polacos. Um dos rapazes polacos escreveu-lhes depois num e-mail: ‘Em vossa casa, descobri Deus.’ A jovem senhora disse depois do Encontro: ‘Acolhi-os, mesmo não acreditando em Deus.’ Parou um instante e depois acrescentou: ‘Pelo menos, até agora pensava que não acreditava em Deus…’

As orações nas paróquias e a celebração do dia 1 de Janeiro encorajaram as pessoas a reflectir e a pensar como é que no futuro poderiam preparar belas celebrações. Uma busca da beleza da liturgia desenvolveu-se. Isso levou-os também a debruçarem-se sobre a maneira como poderiam ajudar os padres e os pastores no seu ministério.»

Depois do Encontro, cada paróquia foi convidada a reunir-se, para um encontro destinado a partilhar as diferentes experiências. Em Börsen, por exemplo, depois dos relatos de uns e de outros, levantou-se a questão: que continuidade dar ao Encontro? Várias pessoas tinham descoberto que um texto bíblico e algumas questões eram suficientes para ocasionar uma boa partilha. Tinham compreendido que essas partilhas não requerem uma longa preparação; pessoas muito diferentes podem juntar-se com simplicidade e conseguir uma partilha profunda. Então foi proposto que houvesse uma reunião uma vez por mês, para uma refeição em comum seguida por um momento de partilha a partir de um texto bíblico. Os serões terminariam com uma oração em comum muito simples. A ideia que tiveram foi fazer essa reunião numa casa da paróquia deste bairro novo e convidarem jovens famílias que aí acabaram de chegar.

«Cristo existindo enquanto comunidade»

A face da Igreja que resplandece é a da comunhão. Um teólogo alemão, feito prisioneiro e executado durante a segunda guerra mundial, Dietrich Bonhoeffer, falava de «Cristo existindo enquanto comunidade». Com 21 anos, escrevia que «através de Cristo, a humanidade é realmente integrada na comunhão em Deus.» (Sanctuorum communio, Berlim, 1930). Nesse espírito, como podemos fazer ver que a Igreja não existe para si mesma, mas para o mundo, para fazer resplandecer a face de todos os homens?

O Encontro tentou multiplicar as ocasiões para estender a comunhão o mais largamente possível. Muitas vezes, fizeram-se visitas aos detidos na prisão que ficava mesmo ao lado do parque de exposições onde se realizaram as orações. Nos meses de preparação, fizeram-se duas outras visitas a uma prisão para menores situada numa ilha, no leito do Elba. Vários encontros, propostos durante as tardes, davam testemunho dessa presença de Igreja enraizada nos desafios da sociedade alemã: «Gestos simples para dar dignidade: uma vida dada aos sem-abrigo no bairro do porto, St. Pauli», «Na estação central, caminhos de vida que se cruzam: descobrir a missão da estação», «Redescobrir o gosto pela vida: o Jesus Center e a Teestube Sarah, dois centros de acolhimento no bairro difícil do porto, St. Pauli», «Quando o Evangelho transforma um corredor do metro: uma presença cristã na Rathauspassage».

No dia 1 de Janeiro, durante a última oração comunitária, para concluir o Encontro, o irmão Roger realçava alguns traços da face da Igreja como comunhão:

«Quando vivemos uma comunhão com Deus, desejamos também uma comunhão com os outros. O Evangelho convida-nos a amar e a dizê-lo com a nossa vida. É a nossa vida que pode tornar a fé credível, a confiança em Deus, à nossa volta. Hoje, mais do que nunca, não serão os cristãos chamados a ser um fermento insubstituível de comunhão, nos lugares onde estiverem? Como podem os cristãos continuar separados? A comunhão é a pedra-de-toque. Ela nasce no mais profundo do coração de um cristão, no perdão e no amor. Desde há vinte e seis anos que realizamos com jovens uma ‘peregrinação de confiança na terra’. No final deste Encontro de Hamburgo, que foi uma etapa desta ‘peregrinação de confiança na terra’, gostaríamos de recordar: a comunhão é uma vida, não uma teoria. Amar e dizê-lo com a própria vida, sim amar com a bondade do coração e perdoar, aí encontramos uma das fontes da alegria.»

Última actualização: 16 de Agosto de 2004

Leitura bíblica do dia

Sáb., 14 de Dezembro
São Pedro escreve: Outrora não éreis um povo, mas agora sois povo de Deus.
1 Ped 2,4-10
Ver mais...

Agenda

 Procurar eventos

Podcasts

2019-12-12 : Espère en Dieu + Psalms 90 / Mt 3,13-17 / Bogoroditse Dievo II / Prayer by Brother Alois / C’est toi ma lampe
IMG/mp3/podcast_2019-12-12.mp3
12 de Dezembro de 2019
2019-12-05 : Espère en Dieu + Psalms 80 / Eph 2:19-22 / Wait for the Lord / Notre père / Prayer by Brother Alois / Nimm alles von mir
IMG/mp3/podcast_2019-12-05.mp3
5 de Dezembro de 2019
Ver mais...

Um novo CD: «LAUDAMUS TE»


A Comunidade

  • Notícias recentes
  • Visita do Patriarca Bartolomeu a Taizé
  • Vocação e história
  • Irmão Roger, o fundador de Taizé
  • Outros artigos
  • Os irmãos que vivem fora de Taizé
  • O trabalho dos irmãos
  • Solidariedade: Operação Esperança
  • Celebrações em 2015: rumo a uma nova solidariedade

Às fontes da Fé

  • Oração
  • Os cânticos
  • Meditações e reflexões

Vir a Taizé

  • Encontros em Taizé
  • Informações para 2019
  • Informações para 2020
  • Para chegar a Taizé
  • Multimédia
  • Notícias recentes

No mundo

  • Portugal
  • Timor
  • Pequenas fraternidades provisórias
  • África
  • Américas
  • Ásia - Pacífico
  • Europa
  • Médio Oriente

Copyright © Ateliers et Presses de Taizé

Este site

[ topo | Planta do sítio | Outras línguas]

  • Contacto
  • Horário das orações em Taizé
  • Notícias por e-mail
  • Copyright